Aula do dia 13/04 - Influência das Novas tecnologias no ensino superior
Colaborador: Rovane Domingues
Objetivo: despertar a atenção e as idéias para a importâncias das novas tecnologias para a área da Arquitetura e Urbanismo, para o ensino e como isso tem influenciado e pode interferir na qualidade do ensino-aprendizagem.
Atividade proposta:
- Ler os fragmentos de textos abaixo
- Escolher 05 questões relacionadas a entrevista
para discorrer e refletir, postando seus comentários abaixo, baseando-se no seu conhecimento e leituras dos textos indicados.
Prazo para participação: 20/04 a 02/05
(falta colocar as referências de cada texto, mas faremos isso em breve)
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Expressão Gráfica e os Novos Meios Educativos
Nas disciplinas iniciais de projeto no curso de arquitetura da UNICAMP foram introduzidos exercícios que trabalham a teoria básica de criação através da extração do essencial.
Do Curso de Arquitetura e Urbanismo
O desenvolvimento de novas tecnologias e as demandas sociais e ambientais que influenciam o projeto arquitetônico deve ser trabalhado nas várias disciplinas do curso. As disciplinas de teoria e projeto, presentes em todos os semestres, revelam-se como ambiente de investigação e aplicação da síntese de conhecimento.
Nas primeiras disciplinas de projeto, são introduzidos exercícios que trabalham a teoria básica de criação em arquitetura através da extração do essencial. O partido de projeto é trabalhado de maneira multifacetada, compreendendo analogias, escalas e relações da antropometria, modulações, tipologias e linguagens formais, bem como os modelos do pensamento moderno como o idealismo, ativismo, espontâneo, autoconsciente, intuitivo e lógico (Rowe, 1992).
Exercício Seqüencial de Criação de Formas
Nas disciplinas de Teoria e Projeto do primeiro ano, os alunos desenvolvem um número grande de pequenos exercícios, com objetivos específicos de acordo com as ementas anteriormente descritas. A estrutura adotada nos exercícios procura (1) introduzir conceitos novos de forma pontual e com nível crescente de complexidade e (2) demonstrar a importância da aplicação de elementos específicos ao processo de criação da forma. O estímulo para a solução criativa de problemas dentro de limites claramente definidos é visto como uma base essencial em projeto.
São colocados como aspectos relevantes ao se pensar o módulo: forma simples e de lados iguais, evitar figuras isoladas ou sem continuidade, evitar simetria estabelecendo pontos geométricos de continuidade. Como método, o aluno é instigado a procurar o módulo na estrutura anterior (abstraída da paisagem), sob o olhar de uma máscara, um quadrado recortado em uma folha de papel.
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O USO DO VÍDEO NA SALA DE AULA COMO
METODOLOGIA PARTICIPATIVA
O atual contexto cultural e tecnológico coloca o estudante e o professor diante desses grandes desafios. São desafios que dizem respeito, em última instância, ao processo de construção da cidadania autônoma e participativa, que está diretamente ligado à apropriação das linguagens e meios de comunicação. Esses desafios estão colocados também à instituição escolar, que precisa estabelecer uma relação crítico-produtivo-participativa com os novos meios e linguagens, formando o educando para interagir com eles.
A tradicional prática de uso do vídeo na escola ainda está longe do ideal de autonomia e participação. Na maioria das instituições, tal tecnologia é associada à veiculação de fitas educativas, onde uma série de informações técnicas é "ilustrada” com imagens e sons. Trata-se de um uso da tecnologia de informação e comunicação como instrumento de tradução dos discursos de especialistas para a transmissão de informações aos públicos usuários.
Kaplún (1997) identifica esta abordagem instrumental dos meios de comunicação com o modelo transmissor de comunicação e educação. Neste modelo, a educação é entendida como um processo de transmissão de informações a serem memorizadas. Assim, “reduzida ao papel de mero auxiliar instrumental, a comunicação será equiparada ao emprego de meios tecnológicos de transmissão” (KAPLÚN, 1997).
Trata-se do ambiente onde impera o paradigma transmissivo descrito por Kaplún (1997). O autor alerta que, neste ambiente, por muito que se equipe [os espaços destinados às atividades educativas] com toda uma bateria de televisores, vídeos, projetores e até computadores não cabem esperar um uso crítico e criativo dos meios. E o problema não é de infraestrutura tecnológica, mas sim de projeto pedagógico, da concepção pedagógica e comunicacional (idem).
Kaplún defende um modelo de educação alternativo ao modelo transmissor. O autor nos propõe uma prática educativa que coloca como base do processo de ensino-aprendizagem a participação ativa dos educandos, que os considera como sujeitos da educação e já não como objetos-receptáculos; e define a aprendizagem como um processo ativo de construção e re-criação do conhecimento.
A busca da superação do modelo de transmissão de informação e a proposta de uma escola que fosse efetivamente espaço de construção participativa do conhecimento também foram o principal foco das reflexões de Paulo Freire, um dos mais importantes autores brasileiros na área da Educação.
Freire (cf. 1997, p. 62-75) fez contundentes críticas ao que chamou de “concepção bancária da educação”, modelo baseado numa suposta dicotomia homem-mundo, que sugeria que os homens seriam “espectadores e não recriadores do mundo”, portadores de uma consciência “mecanicistamente compartimentada, passivamente aberta ao mundo que a [iria] ‘enchendo’ de realidade”.
Freire defende que a educação deve ser problematizadora e libertadora – e, para tal, buscar outras referências. Ela “não pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir ‘conhecimentos’ e valores aos educandos, meros pacientes” (p. 68). Devem perceber estes últimos não como “recipientes dóceis”, mas como “investigadores críticos, em diálogo com o educador, investigador crítico, também” (idem).
A essência da “prática educativa libertadora” proposta por Freire é desafiar continuamente os educandos, para que estes possam “pensar-se a si mesmos e ao mundo simultaneamente, sem dicotomizar a relação” (p. 72). Outro aspecto fundamental é o caráter processual de tal prática: trata-se de reconhecer educandos e educadores “como seres inacabados, inconclusos, em e com uma realidade que, sendo histórica também, é inacabada (...). Desta maneira, a educação [como manifestação exclusivamente humana] se re-faz constantemente na práxis. Para ser tem que estar sendo”. (p. 72-73).
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O Que é Mídia-Educação
Polêmicas do Nosso Tempo
“Mídia-Educação conforme Maria Luiza Belloni: é a mediação escolar indispensável para a cidadania” trata dos novos modos de aprender, com foco na autodidaxia. Diz a autora, em palestra proferida no Congresso Internacional de Educação Pública (2000), que a resposta aos desafios impostos para a integração das tecnologias de informação e comunicação (TIC) sobre processos e instituições sociais, devem considerar duas dimensões indissociáveis: as ferramentas pedagógica para a melhoria e expansão do ensino e o objeto de estudo complexo e multifacetado que exige abordagens criativas, críticas e interdisciplinares.
Mídias na Educação
Estamos vivendo em um mundo em constantes mudanças. Essas mudanças foram aceleradas nos últimos dez anos, principalmente pelos avanços científicos e tecnológicos que, juntamente com as transformações sociais e econômicas, revolucionaram as formas como nos comunicamos, nos relacionamos com as pessoas, os objetos e com o mundo ao redor. Encurtaram-se as distâncias, expandiram-se as fronteiras, o mundo ficou globalizado. As novas mídias e tecnologias estão relacionadas com todas essas transformações.
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Do grego tekhno- (de tékhné, 'arte') e -logía (de lógos, ou 'linguagem, proposição').
Tecnologia é um termo usado para atividades do domínio humano, embasadas no conhecimento de um processo e/ou no manuseio de ferramentas. A tecnologia tem a possibilidade de acrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais à competência natural, proporcionando, desta forma, uma evolução na capacidade das atividades humanas, desde os primórdios do tempo. |
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A tecnologia pode ser vista, assim, como artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus processos, etc.
A sigla TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), especificamente, envolve a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios eletrônicos e digitais, como rádio, televisão, telefone e computadores, entre outros. Ela resultou da fusão das tecnologias de informação, antes referenciadas como informática, e das tecnologias de comunicação, relativas às telecomunicações e à mídia eletrônica.
O advento das TIC revolucionou nossa relação com a informação. Se antes a questão-chave era como ter acesso às informações, hoje elas estão por toda parte, sendo transmitidas pelos diversos meios de comunicação. A informação e o conhecimento não se encontram mais fechados no âmbito da escola, mas foram democratizados. O novo desafio que se abre na educação, frente a esse novo contexto, é como orientar o aluno, a saber, o que fazer com essa informação, internalizá-la na forma de conhecimento e, principalmente, como fazer para que ele saiba aplicar esse conhecimento com autonomia e responsabilidade.
Novas Terminologias
Por efeito dos computadores e da digitalização, todas as formas e instrumentos da mídia estão, cada vez mais, fundindo-se em sistemas inter-relacionados (Dizard, 1998). A tecnologia computacional torna-se, assim, o elo para todas as formas de produção de informação e de entretenimento: som, vídeo, mapas e impressos.
Compreender as diferentes formas de representação e comunicação propiciadas pelas tecnologias disponíveis na escola, bem como criar dinâmicas que permitam estabelecer o diálogo entre as formas de linguagem das mídias, são desafios para a educação atual.
A linguagem, por si só, já constitui um instrumento de interação entre o pensamento humano e o seu meio. Essa comunicação pode ocorrer de modo direto ou pode ser mediada por outros instrumentos e artefatos (tecnologias).
Considerando-se que o indivíduo se desenvolve e interage com o mundo utilizando suas múltiplas capacidades de expressão por meio de variadas linguagens constituídas de signos orais, textuais, gráficos, imagéticos, sonoros, entre outros, as mídias passam a configurar novas maneiras para os indivíduos utilizarem e ampliarem suas possibilidades de expressão, constituindo novas interfaces para captarem e interagirem com o mundo.
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Termo usado para referenciar um vasto e complexo sistema de expressão e de comunicação.
Literalmente, "mídia" é o plural da palavra "meio", cujos correspondentes em latim são "media" e "medium", respectivamente.
Na atualidade, mídias é uma terminologia usada para: suporte de difusão e veiculação da informação (rádio, televisão, jornal) para gerar informação (máquina fotográfica e filmadora).
A mídia também é organizada pela maneira como uma informação é transformada e disseminada (mídia impressa, mídia eletrônica, mídia digital...), além do seu aparato físico ou tecnológico empregado no registro de informações (fitas de videocassete, CD-ROM, DVDs). A palavra escrita, o discurso oral, o som, a imagem estática e em movimento formam o substrato da mídia. |
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Conclusão
Nesse trabalho, foram apresentadas as novas experiências no ensino de projeto arquitetônico nos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP. A experiência aqui demonstra resultados positivos em relação a métodos anteriores aplicados, indicando alternativas viáveis para uma metodologia de ensino de projeto específica para engenheiros e arquitetos, onde a elaboração em si do projeto não é o objetivo principal, mas, sim, a compreensão integral da complexidade que envolve o projeto de arquitetura.
Os exemplos, apresentados graficamente, têm em comum, além da estrutura didática, a utilização de uma variedade de meios e ferramentas gráficas, especialmente as da informática aplicada, o que facilita a viabilidade da proposta e a construção de linguagens individuais diversas.
Freire e Kaplún nos falam, enfim, da figura do educando ativo e criativo. Afinal, nada se aprende – ainda que o pressuposto seja que a educação consista em aprender – por transmissão, mas sim por elaboração própria e pessoal do educando. É só participando, envolvendo-se, fazendo-se perguntas e buscando respostas, que se chega ao conhecimento. Adquire-se e se compreende o que se re-cria, o que se re-inventa e não simplesmente o que se vê ou escuta. “A educação não é um conteúdo que se introduz na mente do educando, mas sim um processo em que este se envolve ativamente” (KAPLÚN, 1983, p. 26-27).
Assim sendo, as conseqüências culturais e sociais provocadas por uma nova tecnologia emergente não podem ser compreendidas isoladamente. É importante analisar cada mídia integrada às demais mídias disponíveis em seu contexto espaço-temporal, sempre considerando que velhas e novas mídias coexistam, assim como os meios de comunicação ora se integram e complementam, e, ora competem entre si.
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Falta cultura digital na sala de aula
Pier Cesare Rivoltella, especialista em Mídia e Educação
da Universidade Católica de Milão diz que a tecnologia
e seu conteúdo devem fazer parte do dia-a-dia escolar